E agora ela se sente perdida..
Sem foco, sem motivo, sem destino.
Incompleta? Pode ser.
Mas em qual momento ele a completou?
No momento em que ela projetou que o sentimento dele era o que ela gostaria que fosse?
Ah sim, foi completa enquanto sonhou, enquanto o teve, mesmo não tendo.
Agora sim ela consegue ver até aonde a sua imaginação pode chegar...
QUANDO ele foi inteiramente dela? QUANDO ele tentou ser?
Ela se sente culpada, mas não deveria... ELA TENTOU.
Nesses ultimos 7 meses, ela sentiu a sensação de ser supostamente amada.
E tentou. Jura que tentou.
Fez com que os dois extremos se encontrassem: Felicidade e tristeza. Vontade de ficar só e saudade. Conforto e incômodo. Amor e ódio...
Ela estava entre várias pessoas, mas se sentia sozinha. Não olhava para ninguém. Foi fiel ao relacionamento que nunca existiu.
Chorou lágrimas de dor, adoeceu, sofreu como nunca.
Mas era amada, em seu sonho tão profundo e tão supostamente real.
Quando de repente, acordou.
E viu que só ela amava...
Sentiu uma dor maior, mais intensa e que nunca iria cessar.
Decidiu que tinha que por um fim nisso. Mas como?! Como ela poderia desistir dele, sendo que o amava tanto.
Ela percebeu que o colocou em primeiro, segundo e terceiro lugar. Mas e ela? Aonde ficava?
Ela tentou se cuidar mais, para agradá-lo.
Ela tentou estudar mais, para agradá-lo.
Ela tentou ser mais 'legal', para agradá-lo.
Ela tentou fazer as vontades dele, para agradá-lo.
Ela fez de tudo para agradá-lo. Para fazer com que ele a amasse.
Mas nada é como queremos.
Ela tinha que por um fim nisso, nesse sofrimento.
Então, a cada dia que passava, ela o beijava mais intensamente. O melhor beijo, mesmo que sem carinho.
Quando um dia, ela decidiu que não poderia mais aguentar, seu corpo estava pedindo socorro, sua alma estava desesperada. Iria doer agora, mas depois ia cicatrizar.
Então ela o fez.
Ele não demonstrou surpresa e nem hesitou.
E ela não se mostrou balançada na frente dele.
Então beijou aqueles lábios pela última vez... o último dos vários beijos maravilhosos e significantes que fez com que o sonho dela parecesse realidade.
O último, o melhor e mais dolorido beijo.
E mais uma vez, ela fez com que os dois extremos se encontrassem.
domingo, 30 de agosto de 2009
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Um comentário:
Usar a terceira pessoa, quando não por um recurso literário, implica sempre numa dificuldade de tomar posse dos próprios sentimentos, de assumir a responsabilidade pela própria dor.
Tirando isso, meus PARABÉNS!
Muito introspectivo, muito reflexivo!
Você desbravou alguns campos minados, andou pra vielas que alguém que não tivesse pensado um bocado, jamais passaria...
você NÃO TEM NOÇÃO da importância dessas palavras.
Estou orgulhosa... você entendeu sozinha o que alguns só entendem com muito estudo, terapia e algum auto-conhecimento.
"Amor e ódio andam lado a lado"
"Escolha de objeto que não nos corresponde"
"Sentimento de insegurança"
"Dificuldade para lidar com as questões ligadas a espera (que sempre refletem o sentimento de ansiedade)
Agora só falta chegar à raiz da questão, pena que isso não dá pra fazer sozinha...
= /
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